NAÇÕES UNIDAS, Nova Iorque, 6 de fevereiro de 2018 — Cerca de 68 milhões de meninas enfrentam mutilação genital feminina entre 2015 e 2030, de acordo com novas pesquisas do UNFPA, Fundo das Nações Unidas para População.
Os novos dados projetam que as estimativas actuais de 3,9 milhões de meninas mutiladas a cada ano subirão para 4,6 milhões até 2030, a menos que sejam feitos esforços urgentes para evitar que isso ocorra. O aumento deve-se ao projetado crescimento da população nas comunidades que praticam a mutilação. Actualmente, mais de 200 milhões de mulheres vivem com mutilação genital feminina.
"Ao novos dados mostram o quão distante temos de percorrer para eliminar a mutilação genital feminina", disse a Dra. Natalia Kanem, Directora Executiva do UNFPA. "A boa notícia é saber o que funciona. Maior vontade política, envolvimento da comunidade e investimentos direcionados tem mudado práticas e normas sociais, e vidas. Precisamos acelerar rapidamente esses esforços para cumprir nossa promessa colectiva de acabar com a mutilação genital feminina até 2030. "
Os novos números provêm de um método mais robusto para gerar dados de risco específicos de idade para mutilações. Os dados foram então combinados com as estimativas da população mundial das Nações Unidas para projetar o risco geral. Os novos números agora também incluem dados da Indonésia, onde o método revisado registou aproximadamente 1 milhão de meninas que enfrentam mutilação no primeiro ano de vida.
Embora o risco de uma menina ser mutilada é cerca de um terço inferior ao que era há três décadas, muitas delas enfrentarão mutilações à medida que o número populacional composto por meninas aumenta.
O mundo assinala o Dia Internacional da Tolerância Zero para Mutilação Genital Feminina hoje, 6 de Fevereiro. O UNFPA, juntamente com a UNICEF, lidera o maior programa global para acelerar a eliminação da mutilação genital feminina.
"O UNFPA continua empenhado em apoiar as comunidades na luta para erradicar com esta prática prejudicial, que não tem enquadramento no século XXI", disse a Dra. Kanem.