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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional da Menina 2022

Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional da Menina 2022

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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional da Menina 2022

calendar_today 09 October 2022

Ana Kabi e Zaida Na N'fad, numa igreja evangélica apoiada pelo UNFPA em Cátio, Província Sul da Guiné-Bissau
Ana Kabi e Zaida Na N'fad, numa igreja evangélica apoiada pelo UNFPA em Cátio, Província Sul da Guiné-Bissau.

Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional da Menina 2022

 

Hoje, ao comemorarmos o 10º aniversário do Dia Internacional da Menina, quantas meninas de dez anos estão ansiosas para realizar todo o seu potencial?

A vida de uma menina deve começar como toda a vida deve começar: como um livro aberto no qual ela escreve a sua própria história.

Se, ao longo da vida, capítulo a capítulo, ela for alimentada, encorajada e apoiada, ela tem mais chances de reconhecer que merece oportunidades e opções, de se considerar digna e valorizada, de participar e contribuir com os seus dons para o mundo.

Pois são essas meninas que crescem e se tornam mulheres fazendo leis e fazendo barulho, quebrando recordes e quebrando barreiras, inspirando movimentos e iniciando mudanças. Como manifestantes junto dos países líderes, elas dizem à próxima geração de meninas: ocupe espaço. Este mundo também é seu.

Entretanto, desde o momento em que uma menina respira pela primeira vez, ela já está em desvantagem simplesmente porque nasceu menina. No geral, quase duas vezes mais meninas de 15 a 19 anos não estão empregadas, não estudam ou não recebem uma formação em comparação com meninos da mesma idade.

Sabemos que a pandemia do COVID-19, o conflito e as mudanças climáticas estão aumentando as ameaças que as meninas enfrentam. Antes da pandemia, projetava-se que 100 milhões de meninas estariam em risco de um casamento infantil nos próximos 10 anos; A pobreza relacionada à pandemia e as interrupções na educação adicionaram mais 10 milhões de meninas a esse número. Para meninas em ambientes humanitários, esses riscos são ainda maiores.

Devemos agir com urgência e compromisso para acabar com o casamento infantil. E devemos atacar a sua causa raiz: a desigualdade de gênero. Se todas as meninas concluíssem o ensino médio, o casamento infantil diminuiria 66%. Ao investir numa educação de qualidade, garantindo trabalho decente para as mulheres e desmantelando as normas e estereótipos de gênero prejudiciais, podemos dar às meninas o futuro que elas merecem.

Estamos a fazer progressos e há algumas histórias positivas para contar.

Em 2021, o Programa Global entre o UNFPA-UNICEF e seus parceiros para acabar com o Casamento Infantil ofereceu a quase 2,6 milhões de meninas adolescentes capacidades para a vida e educação sexual abrangente, capacitando-as a fazer escolhas sobre o seu corpo e o seu futuro. Envolvemos quase 16 milhões de pessoas em diálogos sobre o casamento infantil, direito das meninas adolescentes e a importância da igualdade de gênero. Trabalhamos para melhorar o acesso à escola e a serviços de saúde voltados aos adolescentes.

E ainda assim, estamos longe de terminar.

Existem mais de 600 milhões de adolescentes em todo o mundo. Eles têm objetivos a atingir e sonhos a realizar. Cada um de nós pode comprometer-se a ser um dos seus aliados e campeões. Em vez de deixar uma menina de lado, ponha-lhe um holofote. Em vez de silenciá-la, dê-lhe um microfone. Ouça o que ela tem a dizer. Dê a ela a chance de traçar o seu destino e ser uma força para mudanças positivas.

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