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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, para o Dia Internacional da Mulher 2024

Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, para o Dia Internacional da Mulher 2024

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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, para o Dia Internacional da Mulher 2024

calendar_today 08 March 2024

Dra. Natalia Kanem, Diretora Executiva do UNFPA. Foto: ® UNFPA
Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, para o Dia Internacional da Mulher 2024

Investir em mulheres e meninas: inspirando a inclusão, promovendo a prosperidade

 

Por Dra. Natalia Kanem, Diretora Executiva do UNFPA

Um futuro pacífico e próspero depende do empoderamento de mulheres e meninas. Trinta anos atrás, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento no Cairo, 179 países concordaram que essa era a decisão certa e o caminho necessário para o desenvolvimento global sustentável.

Desde então, investimentos dedicados à saúde e aos direitos de mulheres e meninas melhoraram  – e salvaram – milhões de vidas. No mundo, um terço a menos de mulheres estão morrendo de complicações evitáveis da gravidez e do parto do que em 2000. O número de meninas que dão à luz ainda adolescentes também caiu em um terço no mesmo período. E o número de mulheres que usam contraceptivos modernos dobrou desde 1990.

No entanto, embora as tendências gerais mostrem grandes avanços na busca pela igualdade de gênero, elas não refletem as experiências vividas por milhões de pessoas que continuam a ser deixadas para trás – em grande parte devido à persistência da desigualdade de gênero, muitas vezes em combinação com outras formas de discriminação. Mulheres e meninas com deficiências, pertencentes a minorias étnicas e raciais ou que se identificam população LGBTQIA+ ainda são impedidas de tomar decisões sobre sua saúde e seus direitos sexuais e reprodutivos. Para as pessoas afetadas por conflitos e desastres climáticos, o planejamento familiar e os serviços de resposta à violência de gênero geralmente desmoronam justamente quando são mais críticos.

A conquista de um futuro melhor para todas as pessoas, quem quer que sejam e onde quer que estejam, exige apoio rápido, sustentado e transversal e investimento em mulheres e meninas - em todos os lugares.

A boa notícia é que sabemos o que funciona e que é um ótimo investimento.

De acordo com a análise do UNFPA e de parceiros acadêmicos, apenas US$ 222 bilhões em novos investimentos garantiriam o fim das mortes maternas evitáveis, eliminariam a necessidade não atendida de planejamento familiar e protegeriam mulheres e meninas em todos os lugares contra a violência de gênero e práticas nocivas até 2030. Isso transformaria a vida de milhões de pessoas.

As meninas que não se casam quando crianças têm mais chances de terminar a escola e conseguir emprego, o que se traduz em trilhões de dólares em benefícios econômicos para a sociedade. O aumento da participação das mulheres no local de trabalho eleva seu potencial ao longo da vida e poderia aumentar o PIB per capita em quase 20%, em média. As empresas que subsidiam a saúde sexual e reprodutiva de sua força de trabalho podem aumentar a produtividade em até 15% e reduzir o desgaste de talentos em até 22%.

Quando investimos em mulheres e meninas, todas as pessoas ganham.

No entanto, apesar desses benefícios claros, os investimentos ainda não são suficientes: em 2017, menos de 1% da assistência global para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres foi para organizações de mulheres. Em 2022, menos de 1% da assistência global no exterior foi destinada para o fim da violência baseada em gênero. Apenas 1% da pesquisa global em saúde é investido em condições específicas para mulheres, além da oncologia. Mulheres e meninas merecem mais.

Temos uma grande dívida de gratidão para com as mulheres de todo o mundo que lideraram a marcha em direção à igualdade de gênero em suas famílias, lares, locais de trabalho e comunidades. Mulheres como Safia*, uma sobrevivente da mutilação genital feminina que perdeu uma filha devido a essa prática e se recusou a submeter sua segunda filha à mesma situação, e Ngoma*, de 15 anos, que está promovendo a conscientização sobre a violência sexual e de gênero e mobilizando sua comunidade para defender os direitos das meninas.

Devemos às mulheres e às meninas investimentos reais, como o apoio à educação secundária, o incentivo de sua liderança em novas tecnologias, o apoio às suas próprias inovações contra a violência e a ampliação de mais plataformas para ouvir suas vozes e ajudá-las a salvar vidas.

Somente investindo na inclusão social, econômica e política de mulheres e meninas é que fortaleceremos nosso tecido social e criaremos algo realmente belo: Um futuro que funcione para todas as pessoas.