Bissau 13 de Julho de 2022 - O governo da Guiné-Bissau, e o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), apelaram a aproveitar as oportunidades que a mudança populacional traz, e a desenvolver acções que permitam a todas as pessoas exercer toda a sua gama de direitos, incluindo os direitos reprodutivos.
Na manhã de quarta-feira, realizou-se no Hotel CEIBA, na capital Bissau, um evento de alto nível, por ocasião do Dia Mundial da População sob o lema: “um Mundo de 8 bilhões Rumo a um Futuro Resiliente para Todos”, que é comemorado todos os anos a 11 de Julho, onde se registou que a população mundial atingirá 8 bilhões de pessoas. No país, a data foi celebrada hoje, dia 13 de Julho, com lançamento do relatório sobre estado da população mundial 2022, intitulado: “vendo o invisível: os argumentos a favor de uma acção na crise negligenciada de gravidez não intencional”
O evento foi presidido pelo ministro do Turismo e Artesanato Fernando Vaz, em representação do Primeiro-Ministro; o representante do Fundo das Nações Unidas para a População na Guiné-Bissau, Jocelyn Fenard; a Secretaria de Estado do Plano e Integração Regional, Monica Buaro da Costa e o Coordenador do Sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Anthony Ohemeng-Boamah.
Durante o evento, foi anunciada a importância de promover a agenda da população a nível nacional e foi feito um convite para aprofundar os desafios, oportunidades e ações prioritárias para garantir os direitos humanos a 8 mil milhões de pessoas.
O ministro do Turismo e Artesanato Fernando Vaz apelou aos parceiros no sentido de acompanhar o governo para a realização do IVº recenseamento geral da população e habitação. “Durante a elaboração do Relatório Nacional Voluntário (VNR), deparamos com grandes lacunas nas disponibilidades e qualidades de dados para medir o progresso em relação às metas e indicadores” disse, apelando aos parceiros bilateral e multilateral no sentido de acompanhar o esforço do governo na matéria de fortalecimento no sistema estatístico nacional na concretização de apoios financeiros e técnico para a realização do IV recenseamento geral de população e habitação que se pretende realizar em 2023.
O representante do UNFPA na Guiné-Bissau, enfatizou que atingir 8 biliões de pessoas é um momento de reflexão para todos os países, estados e localidades para antecipar e compreender como as suas populações estão a mudar, e convidou-os a promover soluções partilhadas que correspondam às suas tendências demográficas."Ao prepararmo-nos para observar este grande marco, devemos lembrar que o valor da humanidade não é diminuído nem perdido à medida que o número da população aumenta. Cada indivíduo merece beneficiar de um mundo mais justo, próspero e sustentável", disse ele.
Por outro lado, o representante sublinhou que “a melhor maneira de garantir a resiliência demográfica, é apoiar os direitos e escolhas de planeamento familiar. Na Guiné-Bissau, onde a taxa de mortalidade materna é de 746 mortes por 100.000 nascidos vivos, é extremamente alta, isso poderia ajudar a reduzir as mortes maternas evitáveis em 30%”.
De referir que de acordo com as previsões das Nações Unidas no próximo dia 15 de Novembro, a população humana global deverá atingir os 8 bilhões.
Os efeitos da explosão demográfica humana desde que foi atingida a marca de mil milhões há cerca de 20 anos, vão fazer-se sentir ainda durante décadas, faz notar o relatório do Departamento da ONU para os Assuntos Económicos e Sociais, responsável pelas previsões.