A pobreza menstrual afeta milhares de meninas e mulheres em todo o mundo e, em particular nos países em desenvolvimento como a Guiné-Bissau.

O dia 28 de Maio, dia Internacional da Dignidade Menstrual, é um dia de alerta. Para, o UNFPA é uma questão de direitos humanos e não apenas de saúde. Todos têm direito à autonomia corporal. A capacidade de cuidar do corpo durante a menstruação é uma parte essencial desta liberdade fundamental.

Na Guiné-Bissau, de acordo com o MICS6 (2018/2019), nos últimos 12 meses, 10% de mulheres 15-19 anos não participaram de atividades sociais, na escola ou no trabalho devido à última menstruação.  

Muitas organizações têm promovido no País ações para combater a pobreza menstrual que incluem, a distribuição gratuita dos produtos de higiene as meninas e mulheres em condição económica vulnerável, empoderamento através de produção local dos produtos, acesso a educação da gestão menstrual nas escolas e centros de saúde, melhoria da infraestrutura de saneamento escolares (disponibilidade de água).

Este problema tem preocupado o UNFPA por ter um impacto negativo na educação das raparigas pois afeta o seu bem estar e desempenho escolar por menstruarem no ambiente escolar.

Para enfrentar esta situação, o UNFPA em parceria com o Ministério da Educação Nacional e Ensino Superior, através do Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação (INDE),  no âmbito da reforma curricular e junto com outros parceiros financiou o programa experimental de educação sexual integrada em ambiente escolar e extraescolar, e desde 2022 tem financiado a edição e produção do Programa de referência de competências do Ensino Básico para a Cidadania e Ciências da Vida do 3.º Ciclo (7.º, 8.º e 9.º ano), onde foram introduzidos unidades didáticas que incluem o conceito de género, papéis sociais, violação dos direitos das mulheres e violência baseada no género, equidade social e igualdade de género, saúde sexual e reprodução, comportamentos sexuais de risco e planeamento familiar, as consequências nefastas da excisão/Mutilacao Genital Feminina, e adoção de atitudes e comportamentos saudáveis que permitam a prevenção de outras doenças e posicionamento contra práticas culturais prejudiciais à saúde individual e comunitária.

Ainda no âmbito do referido programa, com o apoio do UNFPA entre 2022 e 2023 foram formados 33 inspetores escolares e 98 professores distribuídos nas escolas a nível nacional, que irão contribuir para que meninas adquiram conhecimentos que permitam terem a capacidade de lidar e cuidar da sua menstruação.

É importante assegurar o acesso aos produtos de higiene menstrual, a educação sexual integrada, a instalação de água e saneamento nas escolas, e também sensibilizar as comunidades escolares e extraescolares para que a menstruação seja vista de forma positiva como parte da saúde feminina.

Higiene Menstrual é uma questão de saúde, dignidade e igualdade de género.