Bissau 8 de Junho de 2022 - - O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) na Guiné-Bissau afirma que 50 % das mulheres de 15 a 49 anos já foram excisadas, e segundo os mesmos dados, as mulheres e meninas, estão a ser deixadas para trás no país.
Os dados foram revelados, hoje, em Bissau, na abertura da reunião de discussão para a harmonização do apoio ao governo da Guiné-Bissau através de um grupo de consulta de parceiros técnicos e financeiros do sector de género e protecção social, na presença de mais de 30 participantes de diferentes instituições intervenientes na área do Género na Guiné-Bissau.
A reunião sob iniciativa do UNFPA teve como objetivo aumentar a eficácia e eficiência do apoio ao setor de gênero e proteção social para apoiar a implementação do Programa do Pais (2022-2026) nas áreas de gênero e proteção social.
O representante do UNFPA no país, Athanase Nzokirishaka, disse que as estatísticas mostram que as mulheres e meninas pagam o preço mais alto por toda a violência que caracteriza as relações social, politicas, culturais e económicas dentro da sociedade. O representante disse que isso é devido ao “alto” índice de analfabetismo feminino e restrições sociológicas.
“A violência contra as mulheres são uma violação dos direitos humanos que impacta negativamente não apenas a saúde das mulheres, mas também a segurança e a erradicação da pobreza”, alerta.
Em representação da ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social do governo em gestão, Lúcio Rodrigues, afirma que é urgente e importante a promoção dos direitos fundamentais da mulher guineense sendo que “mais de 70% das guineenses vivem no campo”.
“Apesar das conquistas anotadas, a desigualdade entre o homem e a mulher guineense persiste e resiste nos domínios socioeconómico, político e social. A coordenação dos esforços torna-se imperativa e um combate serrado cada vez mais necessário pois, todos somos poucos para erradicar esta situação”, disse Lúcio lembrando ainda que cada vez mais no país assiste-se as formas desumanas da violência contra as mulheres.
O Grupo Técnico de Género e Protecção Social (GTGPS) sob a coordenação do Ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social irá contribuir para o acompanhamento da implementação das políticas nacionais.
